sexta-feira, 9 de abril de 2010

A insegurança nossa de cada dia

Nos nossos dias o cidadão de bem vive praticamente encarcerado em sua própria casa com grades em todas as janelas, com muros altos, com cercas elétricas e mesmo assim é todos os dias vitima da violência desenfreada.
O sistema de segurança de nosso País está falido e a concepção de segurança pública é arcaica e ultrapassada.
A filosofia estatal no que concerne à segurança pública é feita através mais de propaganda do que de atos concretos.
A Câmara Federal e Senado, órgãos legisladores, ainda não conseguiram enxergar a necessidade de uma total reestruturação das leis e dos conceitos de proteção à sociedade.
Os nossos políticos parecem que ainda não entenderam que a injustiça social, a pobreza, a fome é que levam os menos favorecidos ao crime, parece que tais cidadãos não fazem parte de nosso contexto social.
Os nossos políticos estão distantes da população, não fazem parte efetiva da realidade social do Brasil.
A segurança pública è sem dúvida nenhuma um dos primeiros itens nas necessidades de nosso povo.
A educação foi esquecida e as nossas escolas são tomadas por gangues de jovens de baixa renda, normalmente ligadas ao tráfico de drogas.
Os professores, por mais incrível que se pareça, são reféns desta violência e nada podem fazer para reprimir vandalismos, violências que acontecem dentro das nossas escolas.
O professor além de receber péssimos salários é obrigado a viver acuado e alguns já foram até agredidos por alunos dentro das escolas públicas.
É esta a triste realidade da educação no Brasil, esta é a prova que a base de nossa educação social está doente, muito doente.
O povo quer comida, o povo quer segurança, o povo quer educação, o povo quer trabalho, o povo quer saúde, o povo quer e não tem!
Se o Estado efetivamente trabalhasse dentro do que norteia a Constituição Federal a situação seria outra.
O ensino brasileiro é de péssimo nível, a saúde pouco eficaz, a segurança pública é insuficiente, o povo já não acredita nas autoridades.
Os nossos Deputados e Senadores, enfim, os políticos em sua grande maioria, metidos com corrupção, falcatruas de todos os tamanhos e o povo sofre nas ruas.
A violência campeia em nossas ruas e avenidas, o tráfico de drogas dia a dia abraça nossos jovens, adota nossas crianças e os pais ficam sem saber o que fazer.
Fui Policial Civil por vários anos e lembro-me de ter entrado em um local de extrema pobreza em uma cidade no Triângulo Mineiro e lá deparamos, eu e minha equipe, com crianças cheirando cola, imediatamente fizemos apreensão daquelas crianças, bem como o material usado por eles.
Intimamos os pais para comparecerem à delegacia para acompanhá-los ao fórum onde seriam entregues à autoridade competente.
Em conversa com algumas mães tentei alertá-las a respeito do risco do uso destas substâncias por crianças, fui informado que aquelas crianças, em sua grande maioria, fazia uso regular destas drogas para matar ar fome, visto que elas nada tinham para dar como alimento a elas.
Este é apenas um relato de quanto é dura a realidade em comunidades pobres, conglomerados e favelas espalhadas por todo o Brasil, a sociedade às vezes se nega a enxergar a realidade, se nega até mesmo sem querer, ver o quanto que pessoas igual a nós, sofrem pela fome e a desigualdade.
Os bandidos que nos agridem todos os dias e aqueles que estão totalmente perdidos impossíveis de ressocialização não existe outro caminho: ou a cadeia ou a morte.
Esta criança que passa fome é furto da pobreza e da desigualdade social, amanhã poderá ser aquele bandido que nos vitimará!
Necessitamos de uma política realmente voltada para o social! Necessitamos de segurança no sentido literal da palavra!

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