segunda-feira, 10 de maio de 2010

Deveríamos rir ou deveríamos chorar? Eis a questão!

Li estes dias um artigo da escritora Lya Luft e em seu texto ela discorria sobre o modo de criação dos filhos nos dias de hoje, como também da forma de atuação do estado no que tange ao envolvimento de nossos jovens com o crime e das penas imputadas a estes.
Ela em seu texto diz que nós pais temos medo de dar ordens e limites ou até mesmo castigos a nossos filhos e assim iniciar-se-ia uma espécie de crise de autoridade já no início, dentro de nossos lares.
Que adolescentes saudáveis são tratados a mamadeira e sanduíches por pais desorientados e receosos de exercer qualquer comando, iludidos por uma série de psicologismos falsos.
Jovens infratores são tratados pelo estado como imbecis, embora espertos, e como inocentes, mesmo que perversos estupradores, frios assassinos, traficantes e ladrões.
Estariam os pais levando na brincadeira a questão do erro e do castigo, e o estado à questão do crime e da punição.
Existem nos dias de hoje a banalização da má educação em casa e na escola, e do crime fora delas, e tem consequências dramáticas que hoje já não conseguimos avaliar a dimensão deste problema.
Em lares onde existe a autoridade, esta é considerada atrasada, antiquada e chata. Se nas famílias e nas escolas isso é um problema, na nossa sociedade, com nossas leis falhas, sem rigor nem coerência, isso se tornará com o tempo uma verdadeira tragédia urbana.
Não deveríamos falar em policiais corruptos, pois a maioria destes é honesta e honrada, ganha vergonhosamente pouco, arrisca e às vezes perde a vida, e pouco a sociedade liga para este fato.
Nesta nossa cultura do absurdo, pequenos crimes levam seus autores a passar anos em um destes lixões de gente chamados de cadeias, enquanto bandidos perigosos entram por uma porta e saem por outra em nossas cadeias, para simplesmente voltar a cometer crimes.
Muito crime e pouco castigo, castigo excessivo ou brando demais, leis antiquadas ou insuficientes, cidadãos dentro de casa, é a bandidagem no controle da rua.
Pais com medo de filhos, professores insultados pela meninada sem educação.
Sem limites em casa e sem punição fora dela. Leis ruins e prisões lotadas de gente em condições animalescas.
Pois bem, esta escritora nos dá uma aula de cidadania, visto que ela nos fala a verdade.
Nós pais não sabemos hoje criar os nossos jovens e o nosso estado com suas leis fracas faz com que estes mesmos jovens passem a fazer parte deste exército de marginais e drogados.
As nossas prisões não ressocializam ninguém e apenas fazem aumentar a periculosidade destes jovens que em tese seriam pessoas de bem.
As nossas ruas são uma fábrica de viciados em drogas, uma fábrica de bandidos e prostitutas e nada fazemos e o estado finge que faz alguma coisa e realmente nada faz.
Jovens cometem crimes e nem sabem a extensão de seus atos, visto que não aprenderam desde sua tenra idade a diferença entre o bem e o mal.
Os pais não mais lhe dão educação, visto não saberem mais o que realmente podem fazer e o que não podem, às vezes quando punem o fazem em demasia ou muito brandamente e normalmente deixam de punir fingindo nada ter acontecido por maior que seja o erro, dando assim aos nossos jovens a sensação de impunidade.
A impunidade é a mãe de todos os crimes, a impunidade e o tráfico de drogas é o ponto de partida para toda esta violência que acomete e vitima a nossa sociedade como um todo.
Ou os pais passam a agir como educadores desde o nascimento de seus filhos, lhes ditando regras, lhes impondo limites, lhes apontando a diferença absurda entre o bem e o mal ou nossos jovens estarão fadados a um futuro desgraçado e nossa sociedade fadada ao caos e a tragédia social.
Ou o estado legal passa a penalizar o individuo que comete crimes, dosando exatamente a sua pena com base no resultado negativo de seus atos ilícitos ou nossa sociedade estará fadada a um futuro negro e sem nenhuma perspectiva de futuro.
Seria de rir, se não fosse de chorar!

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